Mês: fevereiro 2017

Queria ser uma ponte por Leandro Karnal

Hoje, no estacionamento da Band onde eu tinha gravado quadros para o Careca de Saber, um funcionário, motorista talvez, veio me perguntar sobre algo que ele tinha ouvido numa fala minha: por que a beleza era subjetiva. A primeira tentação é fazer uma lista rápida da posturas objetivas e subjetivas, da solução kantiana para a questão e de novas epistemologias. Exorcizo logo este “exu filosófico” que sistematiza mais do que explica. Pergunto se ele acha seu filho bonito e se tem a mesma opinião dos filhos alheios. Falo da venda da coruja e da águia. Falo que ele é um sujeito, um ser subjetivo. Talvez este seja o começo do desafio pedagógico: como trazer a noção, por exemplo, de juízo de valor kantiano para um interesse de uma pessoa? Não sei se fui feliz na explicação ontem. Sei que fico feliz quando um motorista quer saber mais, quando começa a perguntar sobre coisas que ouve. O intelectuais criam ideias. Considero-me, com muito prazer e orgulho, um professor: crio pontes entre ideias e pessoas. Não quero pensar por ninguém e nem para ninguém. Quero abrir uma porta e deixar que cada um entre e formule seus questionamentos. quero que cada um seja livre, autônomo no seu universo. Quero sempre ser professor. Quero pontes. Hoje, no estacionamento da Band onde eu tinha gravado quadros para o Careca de Saber, um funcionário, motorista talvez, veio me perguntar sobre algo que ele tinha ouvido numa fala minha: por que a beleza era subjetiva. A primeira tentação é fazer uma lista rápida da posturas objetivas e subjetivas, da solução kantiana para a questão e de novas epistemologias. Exorcizo logo este “exu filosófico” que sistematiza mais do que explica. Pergunto se ele acha seu filho bonito e se tem a mesma opinião dos filhos alheios. Falo da venda da coruja e da águia. Falo que ele é um sujeito, um ser subjetivo. Talvez este seja o começo do desafio pedagógico: como trazer a noção, por exemplo, de juízo de valor kantiano para um interesse de uma pessoa? Não sei se fui feliz na explicação ontem. Sei que fico feliz quando um motorista quer saber mais, quando começa a perguntar sobre coisas que ouve. O intelectuais criam ideias. Considero-me, com muito prazer e orgulho, um professor: crio pontes entre ideias e pessoas. Não quero pensar por ninguém e nem para ninguém. Quero abrir uma porta e deixar que cada um entre e formule seus questionamentos. quero que cada um seja livre, autônomo no seu universo. Quero sempre ser professor. Quero pontes. Queria ser uma ponte.